Um buraco se abriu na noite preta, na noite eterna. Um sulco no muro da loucura, um rasgo no véu da incerteza. LUZ! LUZ! Após dias, pares de meses de sonambulismo embriagado. Acordei ainda meio trôpega do pesadelo e vi por entre as ramagens o sol refletir na lama a qual estive mergulhada. Há lampejos de medo e desespero ainda. Há desconfianças de que uma felicidade que está por vir seja verdadeira. Há, sobretudo, mágoa pura cristalizada por todos os lados. Talvez um breve relato como esse possa revelar um tímido regato a dividir meu coração e amolecer as emoções coaguladas. Que as deixe fluir! Que vão ternas e tranquilas pelo caminho do arroio desvalido. Atualmente PJ Harvey vem cosendo os lábios de minhas feridas e desentupindo os canais lacrimais. O músculo mole que palpita mal e mal no peito já havia se acostumado à lama que o atiraram quando... Quando lá atrás das folhagens um pedaço azul de céu se revelou trazendo calma e esperança: DEUS. Saber e sentir Ele - seja força interna de nós mesmos, seja música bonita ou gota de orvalho - é ter a certeza de que as agruras se vão e há de amanhecer um dia justo. Se hoje sinto as mãos da solidão me agarrando, ontem pude sentir o corpo tépido da morte deitado junto ao meu. Não tenho mais o medo de antes. E mesmo que a coragem queira fugir, apanharei seu rabo com firmeza para, sempre onde for, estar em seu encalço.







In The Dark Places - PJ Harvey

We got up early,
Washed our faces,
Walked the fields
And put up crosses.
Passed through
The damned mountains,
Went hellwards,
And some of us returned,
And some of us did not.

In the fields and in the forests,
Under the moon and under the sun
Another summer has passed before us,
And not one man has,
Not one woman has revealed
The secrets of this world.

So our young men hid
With guns, in the dirt
And in the dark places.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

De-sa-ba-fo

Presença