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Mostrando postagens de dezembro, 2007

A arte de colher pedras preciosas

Às vezes precisamos de pessoas assim, que nos façam sentir a frescura do ar e o perfume das flores. De meninas tão leves e doces que venham com pedrinhas nas mãos - dizendo ser preciosas. De um chocalho, umas penas, alegrias e tendas. De colares, colores, olhares, manjares. Eu vi a luz hoje e me encantei como antes. Eu vi o azul da saia e a vida em avenidas e esquinas. Eu vi hoje a placa na rua que dizia "precisa-se de felicidade". E eu não escolhi o caminho da saudade. Nos pés, os chinelos batidos com pedrinhas brilhantes. Na bolsa, toda esperança querendo saltar pelas bordas. Eu vi o verde e meus olhos sentiram a falta da mãe. Do sal d'água que fica na pele e do sol queimando os cabelos na praia aberta. Sinto falta da saia rodada e dos panos enrolados no corpo. Sinto falta d'água na pele e o refresco d'alma. Veio o verão e já era tarde o pó de gelo abandonou os vidros da janela do quarto. Quero meu copo de gelo, com limão por favor.
Dez mil setecentos e sessenta e oito horas para o dia acabar. Dois para as seis da manhã. Rinite, tendinite, dor nas costas, inflamação n'alma... Stranger things have happened é o som. O dedilhado do violão segue a linha das dores. Ainda é noite e a cadeira do escritório já está quente. Um copo de chá para acompanhar a manhã febril e chuvosa. Ainda Foo Fighters no ouvido. Vejo daqui alguns prédios cinzentos amontoados, sonâmbulos. Pessoas chegam...A solidão física se vai e junto a ela a calmaria. Eu quero ir embora para minha cama. Quero ir. Não me leiam, isso é apenas o vômito convulsivo de um estômago enjoado desses dias. É o início do abrir de um novo baú, que espero fechar o quanto antes.
O sol da primavera ilumina o monitor pelas frestas da veneziana. O ar é gelado, porém primaveril. Uma certa sensação começa a subir pelo corpo e cobre o rosto de calor. Vontade imensa de sair correndo para o parque do ibirapuera. No fone, Bush. A música vem com a velocidade da brisa: Letting the cables sleep. O estômago traz a agonia dos vocais e as pernas entram em conflito com a mente que precisa, desesperadamente, entregar tudo no prazo. Hoje não tem trégua. A emoção sobe pelas veias e derrama aquela angústia frenética e sensivelmente explosiva. Pólvora nos olhos. Na boca umas letras misturadas com café forte. Na pele o arrepio constante. Volúpia. Há tempos não sentia o nó esganado na garganta, de quem quer se libertar das amarras da consciência. É tudo comedido; essa mecanização, esse foco. Disfarces para a inquietude, para a dispersão constante. Expiração da mente inundada por você e uns sonhos que não tenho dinheiro para comprar. Silêncio não é o caminho, ele diz na música. Séria
o que fazer com tempo vago? o que beber para criar coragem de levantar a bunda da cadeira e ir lá arrumar as coisas? eu não sou capaz de viver meus dias na completa solidão, eu não sei se posso viver sem a dor no coração, com a dor no coração...eu nem mesmo sei se posso viver...eu nem sei... o vírus no computador me irrita, as músicas são tristes e me fazem querer você no minuto seguinte em que te deixo. que tamanha inflamação, o desperdício de tempo, sangue e pensamentos que não levam a lugar algum, ou a textos como esse. necessidade de cuspir algo. em caixa baixa, porque a preguiça se instalou tão logo...vamos ver se consigo empreender algo de bom e proveitoso até a próxima visita. quero quebrar a casca fosca e enxergar a tempestade e o sol lá fora. quero ordenar as idéias e não ter medo. quero acordar cedo e caminhar ao vento. com a cabeça vazia desse lixo moral, dessa vida sacal . eu me quero antes de ti, pra poder te querer melhor ainda. vou limpar a bagunça na vida e te vejo
"Ciceroneando a loucura."
"(...) quase perdendo as rédeas da loucura... "
Ler Dostoiévski é senti-lo enfiar as mãos no peito e revolver toda a engrenagem da vida. É perceber o fluxo sangüíneo tenso, acelerado, procurando uma saída. Quando nada mais faz sentido, mastigo suas páginas para anestesiar a vida. Enquanto suas palavras fazem efeito, uma energia pulsa novamente, trazendo a essência das coisas. Removendo a inflamação que é o estresse e a solidão. Se meu castelo de areia desmonta, é, também, dele que vem as forças para que eu o reconstrua. Fiódor Mikhailovich Dostoiévski , nasceu em 11 de novembro de 1821, em São Petersburgo e morreu em 9 de fevereiro de 1881. "O sofrimento acompanha sempre uma inteligência elevada e um coração profundo. Os homens verdadeiramente grandes devem, parece-me, experimentar uma grande tristeza." Em: Crime e Castigo "Quanto mais gosto da humanidade em geral, menos aprecio as pessoas em particular, como indivíduos." Em: Os Irmãos Karamazov "O resultado direto da consciência é a inércia – isto é, o ato
Você sabe como me fazer feliz...Como alegrar meus dias, minhas noites e varrer a solidão pro canto de lá da porta. Não há nada que possa ser tão perfeito quanto estar com você. Só com você. E eu que pensei que seria bom...mas é muito melhor. Sinto você aqui, comigo, o tempo todo. Sinto seu cheiro. Seu beijo. Excepcional.
Observação do dia: o guarda-chuva ainda é artigo moderno, já que não foi inventado nada melhor e as pessoas também não compreendem seu manejo de forma a andar harmonicamente pelas ruas. Quando todos souberem usar o dito objeto haverá a superação! Que será que vão inventar??? Por enquanto, tento me desviar dos descoordenados sem ofendê-los...
Nem tudo deve ser levado ao pé da letra. Nem tudo. Eu acredito demaaaais nas pessoas. Eu me entrego demaaais à vida. Só a aventura me vale. Mas nem só de aventura se vive a vida. Percebi que o processo de maturação - infinito para todos, por sinal - vem com força nos últimos dias. Espero ter depositado minhas fichas na máquina certa...
"Procurando sonhos que não venham em latas... "
Chester French na vitrola e você na cabeça...deveria ser a prova de assessoria... Enfim, nós e nós que se estiram na minha frente e enroscam nos meus pés... Para fixar: nós e nós. Ah, santa multiplicação dos pães... O que posso fazer, se você brota em minha vida? Sigo com meu som e minhas poesias...colado aos meus passos, está Dostoiévski. Meu atual companheiro inseparável... " Em casa lia a maior parte do tempo; tentava assim extinguir sob impressões exteriores o que fervilhava constantemente em mim. As únicas impressões exteriores de que dispunha vinham-me da leitura. Elas eram para mim um grande conforto, naturalmente: comoviam-me, distraíam-me, atormentavam-me; porém um momento chegava em que eu ficava muito fatigado. Sentia necessidade de agir: então de repente, mergulhava na libertinagem, em uma sórdida libertinagenzinha hipócrita, subterrânea. Minha irritação contínua tornava minhas paixões ardentes, lancinantes. Meus impulsos apaixonados terminavam em crises de nervos, com
Na sua loucura, ele viveu e morreu. Na intensidade, na paixão e na agonia. No tesão pela imundície da vida. O poeta sempre é louco. Quem não é (ao menos um pouco) não cria com profundidade. Minhas criações são alimentadas por esse resto de vida. Pela pastosa dor. Pela solidão que jorra da calha de casa e entra pelas frestas da porta. Meus medos eu deixei em conserva - como compota. As dores eu espalho calmamente pela pele, como pomada. Na esperança de que penetrem e sejam dissolvidas pelo organismo. Essa solidão é que me maltrata. Me tranco no quarto todas as noites e me encolho na cama, enquanto ela arranha as paredes do corredor, lá fora... Não há outro meio de extirpar as raízes dessa condição, senão escrevendo. Cuspindo insanidades, ficções e verdades. Continuo, como sempre, com meus monstros grudados à barra da calça, se arrastando enquanto tento chegar a algum lugar. Eu peço, todos os dias, para que esse mal me deixe...
sem saco! não vejo a hora de chegar sexta-feira... frio horroroso...as pontas dos dedos estão dormentes, quase não consigo digitar. cansaço, sono, turbilhão de coisas... Eu e essa minha vontade irresistível de cair. quando atinjo meus objetivos, simplesmente descarto a presa sangrando...desisto, não quero mais...essa doença não me larga...esse mal que parece necessário...esse jogo infindável que traz dor e tensão. É péssimo viver nesse ritmo, não ter estabilidade. Aos de fora é frescura, loucura. Pois que seja assim. Da minha simples complexidade sei eu e isso basta. É como uma amiga disse hoje ( não saberei reproduzir fielmente, direi ao meu modo) quando eu chego lá e percebo que não posso voltar, me desespero. E é isso, um desespero para voltar ao chão, a um lugar seguro que não gire... Mas eu supero. Eu SEMPRE me supero!
"Tão leve que posso transpor qualquer unidade sólida...tão suave quanto brisa de verão. É o sintoma da primavera..."
Minha consciência resvala pela canaleta de alguma dimensão perdida na interferência do universo. Minha freqüência vibra em cores alegres e o pulso pulsa nas veias dilatadas pelo extremo calor. O sol escaldante cozinha minhas idéias em banho- maria e contrai os pensamentos ruins ou lembranças dos sentimentos tristes que me causou. Ontem eu sonhei com você e acordei banhada em suor. A garganta fechada e uma coisa apertada no peito me dizia que eu havia me enganado feio. Perturbação. Tremor e medo. Medo de ficar com essa coisa ruim gravada em minha vida. E ficou...Só há um meio de desfazer o mal: a verdade. Sempre a verdade. Me disse que o que importava era ser sincero, mas que hipócrita! Se na primeira situação embaraçosa me virou as costas, me abandonou. Justo a mim, que nunca lhe cobrei nada, que espero unicamente o calor humano de uma amizade divertida e descomplicada ... Você me subestimou! Não confiou em mim. Mas o pior foi não ter acreditado em você mesmo... É tudo uma armadilh
Não sei por que raios as pessoas tem a maldita mania de achar que estou mentindo. Acho que é porque parece simples demais, natural demais. É incrível - e prestem atenção na palavra: in-CRÍVEL - como se conto uma mentira elas acreditam. Poxa! Já disse, sou assim...não há grande segredos ou coisas mirabolantes. Sou natural, falo o que vem à mente. Não tenho filtros entre o cérebro e a língua: pensou-falou. Mas mesmo assim, tudo que falo soa tão inocente e verdadeiro, que pensam que estou inventando. É cruel, sabia? Certa vez passei por uma coisa ruim (lê-se ruim em seu significado mais amplo e profundo) e quando relatei às pessoas, acharam que eu estava mentindo, pois minha reação era "fria". Ao que eu respondi: "queriam que eu fizesse o quê? Cortasse os pulsos? Começasse a chorar e me descabelar desesperadamente? O que está feito não pode ser mudado. Agora preciso continuar seguindo." A única coisa que fazia com que me ouvissem ainda era que eu não me contradizia. Nu
Minha vida é uma tragicomédia e o autor deve ser um sádico malicioso...Na pauta certa ele escreve com seus garranchos o que ninguém consegue decifrar. É tinta vermelha, azul e preta. Ele usa BIC no papel reciclado. Rabisca, rabisca e de lá pende um palhaço. Ou boneca-bailarina. Materializa com seu riso louco e cá estou eu! Fantoche. Maneja os cordéis. E minhas pernas já moles de tanto caminhar sapateiam na chapa quente da vida, presas ao corpo incandescente. Na boca, o carmim só no biquinho e a pele fria como porcelana. Intocável aos olhos alheios. Ardentes, se vista de dentro... Ele pinta a dor até a exaustão e a histérica euforia. Ambas andam de mãos dadas na loucura e na eterna doçura. Eu fico aqui, tentando colar essas pecinhas - palavras tão carentes de um significado mais amplo - como um quebra-cabeça vital. Expurgando a alma de todo mal por essas valas, essas linhas... Mas que perfeito autor e que grande pilantra. Se me faz sentir dor e eu gosto, não me faz para o amor. E eu man
(...)"é a normalidade entrando em equílibrio com a loucura."
Sou essa complexa simplicidade...Sou o eclipse que você não viu...A estrela cadente que não caiu... As pessoas me julgam, mas não tentam me conhecer. Eu sou mais que isso que você vê. Meu elo é com a verdade. Não tenho muitos filtros entre o cérebro e a língua, por isso não se espante com tamanha cara-de-pau. É natural... Não quero ser como a Madonna e polemizar, também não sou insana a ponto de perder a noção das coisas. Eu tenho é o peito aberto e passo com a cabeça erguida, pronta para um tapa. Mais pronta para prosseguir após o mesmo. Trago na bolsa toda a coragem de quem se atira sem pára-quedas e espera voar. Se me estabaco no chão, o faço feliz, pois pássaro não sou, mas voar, eu voei! O limite é o céu e este que eu saiba é infinito... Minha poesia me salva dos meus delírios errantes. Hoje, no tempo que invade meu espaço, sou nua, sou crua. Mas haverá um dia que a vista apreciarei, do topo da montanha. Por hora, subo lento e cadenciado os caminhos de pedra e vou conversando com
"Cruzei com uma fada e ela me disse: 'minha filha vá ser feliz, deixe isso pra depois'. E eu fui."
Há muitas coisas ruins rondando meus lugares. Você roeu minha dor como alguém que chupa um ossinho de galinha, voraz. Há muita confusão em minha cabeça. Quero distância das pessoas. Quero me isolar da falsidade. Quero que os seres repugnantes, que se penduram em mim, me deixem. Quero acordar no sol da manhã, tomar meu café e caminhar na brisa leve. Não quero nunca mais ter que me perder por alguém. Eu estou soltando a corda, você fica para trás...Vou te ver e isso vai arrancar um pedaço de mim. Mas eu vou. Preciso confrontar meu passado. Esse passado que vive a arranhar minha porta nas noites escuras e tempestuosas. Meu corpo está mal. Minh'alma, minha mente...Estou doente. Isso ninguém vê. Quero a cura em gotas, pois meu espírito não aguentaria tamanho resgate de supetão.
Só preciso de alguém para ligar à noite e contar como foi meu dia...para abraçar e olhar nos olhos...para poder sorrir. Você não me conhece, mas adianto, sou além do que pode enxegar. Mesmo com seus superpoderes. E você, bem, você é um garoto assustado tentando passar a pose de "homem-feito". Mas nem você sabe, que um pulo para o precipício pode nos levar à ascensão. Quando não mais tiver medo, venha e me conte seus segredos. Hoje o dia será especialmente difícil. Antes, dormir era minha fuga. Hoje, tento me manter acordada o máximo que posso. Talvez para fugir até dos sonhos. E ter a cabeça inerte pelo cansaço, que nem poderia raciocinar. doze de agosto de dois mil e sete.
Às vezes me pergunto se paro diante dessa tela e movo meus dedos freneticamente para atualizar meu flog ou minha vida... Estou aqui como uma miss, maquiada, cheirosa, bem vestida, cabelos presos...um arraso! mas a real é que mascarei meus dias. Colori meus olhos para não ver a tristeza repousando sobre as pálpebras. Colei esses panos à minha pele para isolar a frieza do mundo. pintei meus lábios para imprimir meu fulgor nos teus! É carmim, a cor do amor, da paixão...da dor. Tanto plástico, ferro, pó...superficialidade. Cadê a verdade? Onde ela está? Porque não posso revelar-me por inteiro, que a vulnerabilidade aflora e cai minh'alma débil... Aqui estão meus dedos: apresento-os a você, todos eles. Tiras de osso cobertas por carne que teimam em tamborilar as teclas pequeninas. Frio. Mangas arrastando no teclado, cobrindo minhas mãos, ombros de fora. Ou cubro um, ou cubro outro. É sempre assim...Lilás. É a cor que visto. Ultimamente é lilás...não sei por quê. Banho. Vou tomar um deli
Eu saio à francesa, mas deixo a porta sempre aberta - como me ensinou meu pai. Se vou voltar para espiar o passado ou deixar ele entrar, é outra história. Minha beleza cansou...Minha pele desidratou...Voltarei a respirar num ritmo tranqüilo. Meu ritmo. Dispenso o jogo de ultrapassagem e respeito os faróis vermelhos. Aliás, nem atravesso fora da faixa. Meus passos estão de incertos para precisos. Meu tempo já não é mais escasso. E não quero invadir seu "campo vital" nem por um instante. Prometo entrar na ponta dos pés para não abalar sua vida sobre a mesa. Sua dimensão é sua; a minha é a liberdade. As palavras ainda são desconexas para você. Para mim faz todo sentido. A luz também ofusca ainda. Mas já posso ver silhuetas e algumas cores. O papel e a caneta são meus cúmplices, eles sabem mais do que você lê. Eles sentem a pressão que imponho na impressão de meus resquícios. A possível insanidade faz fronteira com meus desejos e deles nasce minha condição. Confusão. Do delírio m
Às vezes eu me espanto com meu mau-humor e com minha cara-de-pau. Tento sair da rotina desesperadamente, mas quando alguém tenta me sugar dela eu corro, fugaz...e novamente me enterro nela, mergulho em meu aquário calmo (?). E tem gente cobrando que eu seja mais eloqüente...Como poderia? Se estou submersa num mundo confuso e inintelígível? Quando penso que está tudo embalado para viagem e é só chegar em casa, abrir e ser feliz, tudo estoura como bolha de sabão. O que antes achava ser a "base", agora vira um monte de peninhas de um travesseiro que explodiu. Comparação estranha...O que posso dizer? Não estou mais atinando ao que é real ou imaginação...Já não sei o que pensar. Tiro minhas conclusões, mas elas nunca me bastam, ao contrário, me confundem. E essa vertigem que não me deixa...ainda não comi. Antes preciso vomitar o que me corrói. Estou cansada de jogar! Cansada! Não suporto mais as "emoções" de ser um jogador. Isso me destrói! Me desgasta! Quero a verdade!
Eu acredito no Amor, juro. Ele é quem não acredita em mim. Mas eu estou sossegada. Enquanto ele não vem procuro minhas pecinhas esquecidas ou simplesmente perdidas nos caminhos de pó que desenhei. Pois cansei de correr pendurada no pára-choque do carro, batendo nos buracos e me ferindo, enquanto você não destranca a porta para que eu possa entrar - como diria Lorelai. Minh'alma eu lavo todo dia. Com 'omo' e cloro, pra deixar tinindo. E se não conheço direito a imagem refletida no espelho é porque não fomos apresentadas corretamente. Hoje está um dia gostoso lá fora e eu vou me aprontar para ver uma peça zuuuuper legal do meu queridíssimo Marcelo Rubens Paiva - No Retrovisor. Lá se foi a idéia de passar a roupa para adiantar as tarefas de domingo...Mas se tudo der certo, o ibira que me aguarde, pois amanhã vou dar um rolê de bike. Depois passar na feirinha do MASP e tomar um chopp-escuro-cremosééérrimo no meu querido Eugênio. E assim se vai o fim-de-semana... Hoje só amanhã,
As mãos espalmadas no teclado... Os dedos procuram calmamente uma letra para começar a dizer o que vai no coração que funciona aos trancos. " o mundo não pára para você consertar seu coração"¹. Facas pontiagudas espetam minha carne, dilaceram as fibras e cutucam o osso até arrancar lasquinhas. Essa é minha dor. Torpe, imunda. A dor no estômago é um prazer. Auto-punição, auto-flagelo. Não há prazer maior que sofrer por esta dor. Escorrer por esta vala. Deixa pra lá... "Deveriamos ter duas vidas: uma para ensaiar outra pra viver de verdade"². ¹ anônimo ² Vittorio Gassman post antigo.

res non verba - vide bula 8P

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Atos, não palavras. O que mais importa no papel é a verdade que você prega nele. Quanto de verdade contém ali, já é outra história... Se é real ou ficção, o importante é ser verdadeiro em sua convicção. Às vezes me pergunto como algumas pessoas podem despejar tantas palavras sem ao menos sentir. Se é metáfora ou não, você quem vai decidir. Há E scritores e escritores. Certos blogues me envergonham. Eu posso ser pretenciosa, eu posso. O que eu escrevo me agrada e a uns poucos e bons - ou nem tão bons, mas que sabem sentir a importância do que foi dito. Não quero plagiar ninguém, afinal, tenho meus próprios motivos para escrever. Se não há motivo, invente um. Porque escrever por escrever é degradante. Mas, ah! Uma série de blogues com histórinhas de sofrimento e finais felizes ou fantasias vazias. Bah! Quanta bobagem! É decadente... Sinceramente, é como disse, escrevo o que preciso escrever. Como uma válvula de escape. De repente a sua é pintar. Vai lá saber... Mas enquanto não descobre

16hs e 04min.

Segundo o celular. Escrevo no novo bloco de notas feito com papel reciclado contendo uma mensagem de boas festas no verso. A caneta é da Lou. Curiosos tentam me ler no vagão do metrô e em toda parte. Há uma chuva rala caindo na Augusta com a Paulista e o ar é abafado. Desejo impagável: chegar em casa e tomar um banho daqueles. Cansada. É como venho me sentindo nos últimos meses. Mas as férias chegaram e eu tenho você... Clau, me perdoa, esse findessemana não vai dar. E ainda tenho uma nota para recuperar. Enquanto não chega a estação, reclamo nesse pedaço de papel. Adoro blocos de papel. Adoro. No mais, não tenho muito a dizer. Minhas impressões estão rasuradas pela fadiga infindável e pela embaçada falta de paciência. De qualquer forma, ao menos o vide-bula me dá respaldo nessas horas em que o desabafo rotineiro se faz essência para a boa convivência nessa sociedade neurótica. 16hs e 34min. Se a paz é um estado de inércia me encontro nele. Como folha abatida pelo vento, caída na terra
O fluxo é interrompido pelo olhar de esguelha de um curioso desconfiado. A mente tramita quase que maquinalmente uma forma de capturar os estados de dispersão de um ser cósmico marcado por chispas indecentes. Tento me desvencilhar da rede que me prende e flutuar pelo caminho suave, mas o domínio da razão é pérfido demais e me questiono sobre o melhor a ser feito. Ponderação. O horóscopo me diz para ter, e eu nem levo tão a sério. Mas dessa vez esse é o caminho. Eu tento não reprimir a corrente que esvai d'alma e do corpo dolorido. Eu tento transformar sucata em ouro ou algo precioso. Da tensão e do desespero constante tento extrair o melhor. Boa sorte para mim, boa sorte para você. Que meus passos saiam nas marcas certas por hoje, amanhã e depois. Que eu receba como prêmio aquele corpo quente no fimdesemana para acalmar meu coração supra inquieto...
Vem aquela velha sensação. A que me faz respirar com dificuldade. A visão começa a turvar e as lágrimas pedem para se jogar. Um som que tem o poder de me transportar para uma brecha escura e úmida no passado. Que traz todo aquele torpor, aquela dor. Me fez tão mal. Me faz tão mal. Infelicidade gritando no meu ouvido e eu completamente incapaz de dizer: Ei, se manda, pô! Perdi até a cadência das coisas. Perdi a coragem. É esse idiota socando o peito como se o passado estivesse aqui novamente. Apavorando minha mente, adormecendo a razão. São os acordes mais sofridos, mas doloridos, exalados como perfume letal. Como droga. O som é Loser. E eu mudo a estação. Eu só queria um abraço seu. Eu só preciso de você aqui, pra dizer que o mal está trancado lá fora. Mas agora não dá. Tenho que domar a loucura e ficar assim... Here without you, baby.
Depois as pessoas não entendem o porquê de eu odiar tanto o natal. Essas luzinhas piscando na Oscar Freire às cincoemeiadamanhã são irritantes. Tanta festa e fartura para alguns enquanto outros morrem de fome e frio nessa garoa fina pós-tempestade. Nos dedos carrego Goethe - férias ao Dosto -, e minhas lamentações do balanço de fimdeano. Dou as costas ao dia, que nem amanheceu, e caminho contra o vento gelado, pensando nas longas horas que me esperam na porta do edifício. São seisequatrodamanhã e ninguém pisou aqui. Meus dedos digitam letras que eu nem sei... Só há essa necessidade extrema de falar, de cuspir, de gritar. Eu quero que tudo voe pelo ar - ou quase tudo. Nove horas de labuta. Nove hora para as três. A semana parece eterna e minha paciência se esvaiu. Tudo que eu preciso está muito longe agora. Tudo que eu quero é um beijo e dormir. Nem sei mais o que digo, nem o que escrevo. Eu só preciso me manter acordada tempo suficiente para realizar os feitos necessários. Seisenovedam
Eu as atiro desordenadamente, essas palavras convulsivas que nascem da voz crispada. Não há um roteiro pronto ou receita de bolo. É só um jorrar constante de mesmices e medos, gritos de desespero. Eu injeto todo o veneno anti-monotonia nas folhas de papel, na tela pálida e luminosa. Triste. Não peço ibope. Não peço que goste. Não peço que goste de mim. Ser repetitiva é fundamental, pois firma e substancia o eu. Portanto, eu repito. Portanto, eu repito. É um jogo de paciência, esperar que o dia acabe. E aguardar que outro ainda se vá. E que chegue o fimdesemana. Que volte a calma encomendada. Meus olhos não prego à noite só pensando em você. E eu penso: será que eu disse que o que digo não é exatamente o que digo, mas que nem disse ainda o que quero dizer? Que diria você? Ah, mas que pérfida e insolente ansiedade. Em sua teimosia arde. Dos sons não arranco mais aquela tranqüilidade. Apenas meias verdades. E o corpo digita em espasmos, rimas que eu não faço. Mas que mal tem em por vezes

saudade não mata...

...nem faz definhar... Mas aí que falta que faz! 5 dias, 5 dias... Tempo suficiente para surtar e implorar por uma pausa no ventilador louco que é a vida. Mal vi, quero ver de novo. Mal senti, preciso de mais. Há certos elementos essenciais na vida, mas esse já se tornou indispensável... É ele, quando me olha. Tudo pára. Tudo se torna tão obsoleto... Da caixinha de som do computador sai pixies e eu lembro da segunda vez em que o vi. Já era tarde, a pista cheia da FunHouse. Fui mostrar a jukebox e nunca pude esquecer que aquele dia eu só queria sair de casa. sem um rumo traçado, sem hora pra voltar, sem prévias nem músicas definidas. Foi a primenra vez em tantos anos que saí em busca de mim nas ruas de Sampa, depois de um longo período envolvida naquela mortalha. E eu tinha amigos numa praça - a Roosevelt -, e um copo de cerveja nas mãos. Que mais faltava? Sentada na mureta voltada meio para a rua, meio para a praça, os pés balançavam num all star vermelho enquanto ele me olhava curioso
Dita por Dostoiévski, a crua verdade, "o que é preferível: uma felicidade vulgar, ou sofrimentos elevados? Dizei-me o que vale mais! (...) Estamos mesmo desacostumados a tal ponto, que sentimos pela vida real, pela 'vida viva', quase desgosto, e por isso não gostamos que nos obriguem a recordá-la." Pois digo eu: No que a vida não for plena, a morte será. Eu gosto é da diversidade, da troca de peles. Eu espero, calmamente, o relógio soar e a dor vir me visitar. No mais, não me deixo ficar um minuto sequer sentada. O mundo viaja às rodas, como carrossel e a poesia é o colírio para uma visão não tão suja e pastosa. E se me é permitido emitir opinião, se algo ela vale, preferíveis são os sofrimentos elevados. 'Quando não vai pelo amor, vai pela dor'. E a felicidade vulgar me enoja. A futilidade, bem como se sabe por meus ditos anteriores, é artigo dispensável e detestável. Portanto, ei de viver com decência minhas desgraças e delas arrancar minha ascensão. Ao meno