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Mostrando postagens de agosto, 2008
Solto os laços da inquietação e meus braços abraçam seu corpo tão ausente. Grudo meu rosto no seu peito e fecho os olhos, tentando me encontrar. Do outro lado da calçada vejo você e eu, e meus pensamentos convertidos na fumaça espessa do cigarro tentam formar algum juízo. Abro a boca e esvazio os pulmões. Desalento. Como é triste me ver assim, tão entregue ao acaso. Ali, costurada à sua roupa. Entrelaçada em suas pernas. Deixo meu corpo de lado e vou caminhar. Mais um cigarro. Eu os odeio, mas eles me ajudam a suportar a dor. É como autoflagelo , te olhar e dar uma baforada. Sentada na grama do parque percebo que sou a personificação da infelicidade. Que todos sorriem a minha volta. Então, após romper com o desespero e dar as mãos à solidão, novamente me sinto confortável. Ela não me cega, ela me entende. Tiro os sapatos e enfio os pés na terra – inicia-se a longa jornada. Ando por aí, garrafa na mão e um grito quase surdo de quem não sabe como espantar essas sensações imperti
Em todas as vezes que me mataram, nasceu a poesia. Não foi diferente com você. Tão raso, lago escuro. Não percebe além da superfície afora, que um tanto da vida que dispersa, evapora e a chuva não faz voltar. E mesmo sob o sol do meio dia, quando a lua é alta e provoca delírios, miragens, não enxerga o brilho da vida nas mãos da criança que balança as pernas na beira do cais. Tens um lado caído, já lhe disse. Talvez pense que ando meio perdida, distraída para a vida, mais pegada à morte. Bem verdade que ela me acompanha. Pois não haveria vida sem morte. E eu gosto é da partida. Porque o peito murcha de tristeza e a novidade infla de alegrias. Neste bloco de texto, num blogue que mais parecia um pão dormido, status quo, reacendo a flâmula do amor partido e parto para o que o destino reservou. Minha vida parida por minhas mãos, tomou corpo em minha voz. Fiz a sorte girar então, como enorme vórtice a devorar meus desejos e eis que tenho, como resposta, a massa em meus braços. Abro o forno