Epifanias

[Ler ouvindo Weyes Blood, Agnes Obel]


Eu acredito que quando a gente rompe uma barreira na inércia da vida que a gente acha que é real, mas é Maya, quando a gente rompe com esse véu, essa névoa, tudo conspira e nos impulsiona como um vórtice feroz rumo ao nosso centro.


E quando entramos em nosso eixo esse turbilhão que somos se alinha em inteireza e potência como partículas que se lembram de si, que como imã se unem. Reintegração.

Desfolhamos o que foi, cada folha que brota e sai de dentro de nós extrai todo veneno de tempos vis, obscuros. Florescemos! Finalmente descascamos a película inexistente da ilusão, nos vemos nus.

Tudo passa diante dos olhos, porque é o renascer. Vida-morte-vida. Pura vida!
Regozijo, perfeição, fluxo perfeito!

Um calor toma conta da minha face, meu corpo se desdobra em mil tecidos esvoaçantes, se libertando dos pesos que carreguei. Me perdoo, me compreendo, aceito, agradeço por toda podridão do submundo no qual rastejei tanto tempo.

Anjos fragmentados dentro e fora como um espetáculo de dança de cura e transformação, violinos e flashes confusos que fazem todo sentido. Peças que se encaixam simplesmente porque se soltam de si e flutuam no nada. Nenhum controle, só fluidez. Aventura, riso, leveza. E tudo faz sentido. E tudo é perfeito. E eu me sinto em paz e harmonia com o que foi, com o que é,  sou, com o que há de vir.

Integração, sonho e realidade. Possibilidades. Fertilidade.
Vida.

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