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Mostrando postagens de junho, 2010
Tudo é incerto e provavelmente nebuloso o tempo todo. Mas as pessoas não enxergam. Que ironia! Talvez ninguém perceba o quão confuso é o tempo - o tempo todo - por falta de tempo. E mesmo que alguém possa abrir a boca muda e arregalar-lhe os olhos para a verdade esta lhe parecerá imunda. Não há meios de interceder na loucura diária alheia. Vive-se, então, com os sentidos omissos , com a cara pintada e omissa. Hoje passo mais tempo em casa, trancada no quarto ou na espera ansiosa de que a casa se aquiete para que eu possa reviver. Dessa forma não preciso acomodar meu rosto numa máscara cotidiana . Se eu sou mais feliz assim? Não há como ser mais feliz assim ou assado. Só existem maneiras de viver. Você escolhe esta ou aquela e decide com qual fica melhor. Mas não mais feliz. São propósitos diferentes que levam ao mesmo ponto. A rotina de viver e viver para morrer. Tentar ser melhor parece uma utopia nos dias de hoje. Quem sabe em mil anos haja outra forma de ser mais feliz. No mais, con
Como diria Caio Fernando Abreu: “Loucura, eu penso, é sempre um extremo de lucidez. Um limite insuportável”. Se eu pudesse usar óculos escuros para aplacar essa fotofobia , se conseguisse perder meu medo do mundo que gira rápido demais me deixando nauseada, talvez aí pudesse compreender minha missão. Viver sem amarras é pura ilusão quando não se sabe o que está ao redor. Liberdade inventada, comprada em prateleiras de lojas hi - tech . O discurso hippie já não surte efeito, pelo contrário, afunda na neve pesada da avalanche capitalista e se permite viver nessa lascívia. Meus medos já não são suficientemente assustadores, dependo do medo alheio para enlouquecer melhor. Dependo de um pânico maior para aprisionar a depressão e me entender letárgica . Os sons são cada vez mais abafados, distantes e distorcidos. Os tremores e palpitações constantes que antes não me preocupavam, agora me levam ao cardiologista aos vinte e sete anos com pavor de um ataque cardíaco. Justo eu, que adoraria mor