Eu  pensei  que poderia , mas não. Iria  me lamentar depois  por ter  sido tão triste quando  jovem . Iria  me condenar. Eu  quero , mas não posso . Deixando  isso  de lado, preciso somar  aqui  palavras  que expressem  meus  últimos momentos como ser humano não só  pensante , como também  atuante . Mostrar meu  res non verba . Finalmente, como um  soco  inesperado que surge, saltei  do ninho  em  que me encontrava  e pus-me nessa  vida ao  desvario  constante de quem  fica  à beira  do precipício  e inclina  a cabeca  para tentar ver o seu  fim . Saltito  de um  lado para outro  sem  amarras ou  receios . Corro e paraliso  como que compassadamente  num  descompasso  certeiro . Me arremesso  de costas e sei  que a li  embaixo  haverá  alguém  de me amparar. Mesmo  que seja  me próprio  eu .
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Mostrando postagens de maio, 2010
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Os dias estão muito nublados. Eu ando pelas ruas como se fosse um espectro maldito. Compro livros que nunca vou ler, filmes que nunca vou assistir. Durmo o dia inteiro e passo as noites insone  procurando um sentido pra tudo isso. Lembro dos anos idos de minha infância e a única memória latente é a do medo. As pessoas ficam achando isso ou aquilo de mim, mas não sabem nada. Eu olho no espelho e só vejo aquela menina assustada com quatro, dez ou quinze anos. Refaço cenas em minha cabeça, repasso o filme da minha vida. O que está errado? Como aquelas pessoas conseguem? São burras ou o quê? Por que tudo parece tão caótico, dolorido e inútil? Eu quero, meu Deus, entender como tudo isso se dá. Quero demais.
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É, pode crer. Uma hora a gente percebe o frio que faz a falta de alguém que saiba o que te dizer quando você mais precisa. Acho que são umas seis da manhã e não consigo dormir. Não há nenhum contato  online , ninguém além de mim e meus pensamentos ao som de roads . É camarada. Não importa o quanto você se supere, não há visibilidade para isso. Não existe nada de você nesse mundo, nenhum fragmento que possa mostrar quem é você. E quando ando por aí penso o que poderia ser mais fácil. Acabar com tudo ou me entregar à ilusão de um mundo capitalista e sem escrúpulos. Ou a ilusão seria minha. Estaria eu chutando as horas ao invés de marchar no compasso deles? Me sinto como música para surdos, obsoleta. Inadequada demais para eles. Às vezes eu posso viver como eles vivem. Passo os dias comuns e corridos, faço coisas aparentemente normais, rio das piadas normais, teço conversas triviais. Contudo, é sempre chegada a hora de despertar para a realidade, minha realidade. É quando tudo parece natu...
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Caramba, como é difícil! Quando se consegue algo de bom e tudo se perde nas fraquezas da gente. Minha cabeça dói. Tomo quatro comprimidos e inalo rinosoro  pra ver se passa. Sinusite da desgraça! Deixar ler, não deixa, não. Embala o estômago, deixa mareada. Deito. Rolo e não há quem me faça dormir. O corpo dói de ficar na cama. Sofá? Piorou. Levanto e cambaleio. Sinto náuseas. Quero deitar mas lembro que é inútil. Nada concentra, nada apetece. O gosto da língua é imune ao desejo de sentí -lo. Penso em outras coisas. Sacanas . Diverte um pouco, mas logo passa. É que a cabeça pesa demasiado para que se deixe fixar num só ponto. Irritada, me pergunto mais uma vez quando tudo isso vai acabar.