Eu pensei que poderia, mas não. Iria me lamentar depois por ter sido tão triste quando jovem. Iria me condenar. Eu quero, mas não posso. Deixando isso de lado, preciso somar aqui palavras que expressem meus últimos momentos como ser humano não só pensante, como também atuante. Mostrar meu res non verba. Finalmente, como um soco inesperado que surge, saltei do ninho em que me encontrava e pus-me nessa vida ao desvario constante de quem fica à beira do precipício e inclina a cabeca para tentar ver o seu fim. Saltito de um lado para outro sem amarras ou receios. Corro e paraliso como que compassadamente num descompasso certeiro. Me arremesso de costas e sei que ali embaixo haverá alguém de me amparar. Mesmo que seja me próprio eu.
De-sa-ba-fo
Eu tenho uma condição de saúde rara parcialmente identificada que me causa incontáveis problemas de saúde. O fato de eu estar bem, sorrindo alegre e confiante em um dia e em outro péssima, ausente, irritada e deprimida, é um reflexo disso. Essa mudança é brusca para quem vê de fora, para mim é normal. Sempre ouvi: "Nossa, você está sempre doente." "Seu humor muda do nada, o que acontece?" "Você precisa se controlar/ deixar de ser assim/ ter mais fé/ se cuidar/ reclamar menos, não ficar falando sobre essas coisas negativas etc. etc." Eu fiz muita terapia para chegar aqui nessa mensagem e dizer tudo isso. Eu agradeço a quem se preocupa e me contata perguntando como estou, se melhorei, me deseja melhoras. Mas, o fato, é que eu não tenho perspectiva de melhora e confesso que me angustia não ter uma resposta simples ou positiva para dar. E eu cansei de tentar disfarçar meu mal estar, como se nada estivesse acontecendo. Porque cada vez que me perguntam co
Comentários