Caramba, como é difícil! Quando se consegue algo de bom e tudo se perde nas fraquezas da gente. Minha cabeça dói. Tomo quatro comprimidos e inalo rinosoro pra ver se passa. Sinusite da desgraça! Deixar ler, não deixa, não. Embala o estômago, deixa mareada. Deito. Rolo e não há quem me faça dormir. O corpo dói de ficar na cama. Sofá? Piorou. Levanto e cambaleio. Sinto náuseas. Quero deitar mas lembro que é inútil. Nada concentra, nada apetece. O gosto da língua é imune ao desejo de sentí-lo. Penso em outras coisas. Sacanas. Diverte um pouco, mas logo passa. É que a cabeça pesa demasiado para que se deixe fixar num só ponto. Irritada, me pergunto mais uma vez quando tudo isso vai acabar.
A vida se desenrola em acontecimentos inesperados. Esse é o padrão. Tudo aquilo que pode mudar, irá mudar. Porque vida é movimento, como diz meu pai. A vida é essa oscilação constante, de natureza tortuosa, ora caótica, ora tranquila, caminhos ciclicamente intrincados. A morte é linha reta. O maior desafio da vida é a própria vida: tudo não passa de uma apresentação improvisada, sem ensaio, para se aproximar do equilíbrio - esse delicado ponto abstrato pelo qual vivemos e do qual a manutenção é utopia. Quando se pensa estar confortável, a vida vem turbulenta e nos sacode de modo que tudo que voa para o alto cai em lugares e de formas completamente diferentes. Não mais há tempo para memorizar, o tempo todo tudo muda e tudo é novo de novo. E esse eterno desconhecido é a perfeição que alimenta nossa evolução. As contradições ficam por conta do que aprendemos como bom e ruim. Do que entendemos por sucesso, felicidade... O cansaço faz parte e coexiste com a calma, a irritação e a tranquilid...
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