Maurício de Sousa

Eu sei que deveria deitar e dormir, mas o cansaço me mantém alerta. Destrói as possibilidades de uma morna normalidade e me faz renascer num mundo paralelo e incandescente. Sim, incandescente, porque tudo pega fogo por aqui. Tudo que toco ou por onde passo. Sempre deixo um rastro de destruição emocional.


Nem me fale em desgaste emocional... Hoje foi o ápice. Não sei como não surtei ou desmaiei. É tanta coisa acontecendo, tanta coisa errada. Pessoas das quais perdi a confiança e não desejo recobrá-la, pois parece não valer a pena. Destinos que se atravessam e atropelam os corações inebriados pelo perfume de absinto da vida. Dias e noites macabros misturados ao louvor enjoativo de almas que não entendem nossos caminhos.

“Ter um colo para os desamados,
Os lúcidos, terríveis loucos,
Que varam as noites rasgando a alma
E sentindo na boca o próprio sangue (...)”

Lya Luft em Mulher no Palco


Eu me dou ao lixo de cometer atrocidades contra mim mesma. Isso mesmo, “lixo”. Porque as pessoas tem a mania de só se dar ao luxo... E o maniqueísmo, onde foi parar? Ninguém é tudo de bom, baby. E eu assumo meu lado pérfido e vergonhoso. Basta ler-me. Porque eu tento não me envergonhar por ser um ser imperfeito. Oh, que complicação tudo isso. Perfeição é uma chatice mesmo. Quem aqui quer ser perfeito? Eu tô fora. Vai bem a vidinha torta e cheia de aflições. Senão, imagina o tédio de tudo isso aqui. Bem, eu não faço apologia a nada de ruim, do tipo, guerras e tal. Mas vale a teoria de aceitar seu lado negativo para equilibrar com o positivo, evitando, assim, uma batalha infernal de dois socando dentro de um peito só. Ai que dor! Nossa, que estupor!

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