Em todas as vezes que me mataram, nasceu a poesia. Não foi diferente com você. Tão raso, lago escuro. Não percebe além da superfície afora, que um tanto da vida que dispersa, evapora e a chuva não faz voltar. E mesmo sob o sol do meio dia, quando a lua é alta e provoca delírios, miragens, não enxerga o brilho da vida nas mãos da criança que balança as pernas na beira do cais. Tens um lado caído, já lhe disse. Talvez pense que ando meio perdida, distraída para a vida, mais pegada à morte. Bem verdade que ela me acompanha. Pois não haveria vida sem morte. E eu gosto é da partida. Porque o peito murcha de tristeza e a novidade infla de alegrias. Neste bloco de texto, num blogue que mais parecia um pão dormido, status quo, reacendo a flâmula do amor partido e parto para o que o destino reservou. Minha vida parida por minhas mãos, tomou corpo em minha voz. Fiz a sorte girar então, como enorme vórtice a devorar meus desejos e eis que tenho, como resposta, a massa em meus braços. Abro o forno cuidadosamente: o que não servir irá queimar. Passo a voz ao silêncio, vou beber meu café. A vida corre pelas veias enquanto corro ao pé da montanha e preparo minha escalada. Tem gente que não se corta e perde a vida num saguão de shopping qualquer. A dor é sempre o melhor remédio, ou quase sempre. Pelo menos é algo que ninguém pode lhe tirar. Sua. Só sua.

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