Não sei por que raios as pessoas tem a maldita mania de achar que estou mentindo. Acho que é porque parece simples demais, natural demais. É incrível - e prestem atenção na palavra: in-CRÍVEL - como se conto uma mentira elas acreditam. Poxa! Já disse, sou assim...não há grande segredos ou coisas mirabolantes. Sou natural, falo o que vem à mente. Não tenho filtros entre o cérebro e a língua: pensou-falou. Mas mesmo assim, tudo que falo soa tão inocente e verdadeiro, que pensam que estou inventando. É cruel, sabia? Certa vez passei por uma coisa ruim (lê-se ruim em seu significado mais amplo e profundo) e quando relatei às pessoas, acharam que eu estava mentindo, pois minha reação era "fria". Ao que eu respondi: "queriam que eu fizesse o quê? Cortasse os pulsos? Começasse a chorar e me descabelar desesperadamente? O que está feito não pode ser mudado. Agora preciso continuar seguindo." A única coisa que fazia com que me ouvissem ainda era que eu não me contradizia. Nunca. Eis que após três ou quatro anos, não me recordo exatamente, descobriram que eu dizia a verdade. Mas até aí, já era tarde...me doeu mais a falta de crença das pessoa, que o horrível acontecimento. Eu havia dado uma trégua aos seres terrenos, mas não adianta. A guerra continua. Isso é péssimo, acaba com minhas forças. E meu estômago dói.
A vida se desenrola em acontecimentos inesperados. Esse é o padrão. Tudo aquilo que pode mudar, irá mudar. Porque vida é movimento, como diz meu pai. A vida é essa oscilação constante, de natureza tortuosa, ora caótica, ora tranquila, caminhos ciclicamente intrincados. A morte é linha reta. O maior desafio da vida é a própria vida: tudo não passa de uma apresentação improvisada, sem ensaio, para se aproximar do equilíbrio - esse delicado ponto abstrato pelo qual vivemos e do qual a manutenção é utopia. Quando se pensa estar confortável, a vida vem turbulenta e nos sacode de modo que tudo que voa para o alto cai em lugares e de formas completamente diferentes. Não mais há tempo para memorizar, o tempo todo tudo muda e tudo é novo de novo. E esse eterno desconhecido é a perfeição que alimenta nossa evolução. As contradições ficam por conta do que aprendemos como bom e ruim. Do que entendemos por sucesso, felicidade... O cansaço faz parte e coexiste com a calma, a irritação e a tranquilid...
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