Minha consciência resvala pela canaleta de alguma dimensão perdida na interferência do universo. Minha freqüência vibra em cores alegres e o pulso pulsa nas veias dilatadas pelo extremo calor. O sol escaldante cozinha minhas idéias em banho-maria e contrai os pensamentos ruins ou lembranças dos sentimentos tristes que me causou. Ontem eu sonhei com você e acordei banhada em suor. A garganta fechada e uma coisa apertada no peito me dizia que eu havia me enganado feio. Perturbação. Tremor e medo. Medo de ficar com essa coisa ruim gravada em minha vida. E ficou...Só há um meio de desfazer o mal: a verdade. Sempre a verdade. Me disse que o que importava era ser sincero, mas que hipócrita! Se na primeira situação embaraçosa me virou as costas, me abandonou. Justo a mim, que nunca lhe cobrei nada, que espero unicamente o calor humano de uma amizade divertida e descomplicada... Você me subestimou! Não confiou em mim. Mas o pior foi não ter acreditado em você mesmo... É tudo uma armadilha que arma pra si próprio, e ainda cava a trincheira para se defender de mim? Há que se defender de tua ignorância, essa sim, te cega e faz perder aquela coisa boba que tem a vida, mas que dá todo sentido. Meus sentimentos giram como fita louca de cetim pelo ar, transpassam as mechas de cabelos e desenham a emoção e a graça de ser, ainda, alguém que crê que uma martelada não dói, ensina. E nas coisas puramente como elas são: descomplicadas.

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