Hoje, a minha paz reside entre ter humildade para aceitar minhas limitações e coragem para transpor essas limitações, ainda que um pouco de cada vez, entendendo que a vida é um movimento constante.
Às vezes precisamos de pessoas assim, que nos façam sentir a frescura do ar e o perfume das flores. De meninas tão leves e doces que venham com pedrinhas nas mãos - dizendo ser preciosas. De um chocalho, umas penas, alegrias e tendas. De colares, colores, olhares, manjares. Eu vi a luz hoje e me encantei como antes. Eu vi o azul da saia e a vida em avenidas e esquinas. Eu vi hoje a placa na rua que dizia "precisa-se de felicidade". E eu não escolhi o caminho da saudade. Nos pés, os chinelos batidos com pedrinhas brilhantes. Na bolsa, toda esperança querendo saltar pelas bordas. Eu vi o verde e meus olhos sentiram a falta da mãe. Do sal d'água que fica na pele e do sol queimando os cabelos na praia aberta. Sinto falta da saia rodada e dos panos enrolados no corpo. Sinto falta d'água na pele e o refresco d'alma. Veio o verão e já era tarde o pó de gelo abandonou os vidros da janela do quarto. Quero meu copo de gelo, com limão por favor.
O argumento de muita gente para não comprar orgânicos é que "são caros" ou "mais caros em relação aos não orgânicos". É fato que o valor entre um e outro é diferente, mas o produto em si também é diferente: um tem veneno, o outro não. Fiquei pensando a respeito desse argumento e cheguei à conclusão de que, se não temos dinheiro para comprar alimentos de qualidade, que não sejam envenenados, então somos miseráveis. Alimento, gente, uma das coisas essenciais na vida de qualquer ser humano. Preciso deixar claro que me refiro nesse texto à classe de pessoas que tem o smartphone do momento, que paga caro pra comer e beber "gourmet". Para essa classe, a questão não me parece ser falta de dinheiro, mas opção: investir o dinheiro em uma rodada de cerveja "top" no fim de semana ok, mas comprar aquela cenoura orgânica não, porque é "mais cara". Compra-se a mais barata, afinal, é tudo cenoura... Não é. Orgânicos vão muito além de se preo...
[Ler ouvindo Weyes Blood, Agnes Obel] Eu acredito que quando a gente rompe uma barreira na inércia da vida que a gente acha que é real, mas é Maya, quando a gente rompe com esse véu, essa névoa, tudo conspira e no s impulsiona como um vórtice feroz rumo ao nosso centro. E quando entramos em nosso eixo esse turbilhão que somos se alinha em inteireza e potência como partículas que se lembram de si, que como imã se unem. Reintegração. Desfolhamos o que foi, cada folha que brota e sai de dentro de nós extrai todo veneno de tempos vis, obscuros. Florescemos! Finalmente descascamos a película inexistente da ilusão, nos vemos nus. Tudo passa diante dos olhos, porque é o renascer. Vida-morte-vida. Pura vida! Regozijo, perfeição, fluxo perfeito! Um calor toma conta da minha face, meu corpo se desdobra em mil tecidos esvoaçantes, se libertando dos pesos que carreguei. Me perdoo, me compreendo, aceito, agradeço por toda podridão do submundo no qual rastejei tanto tempo. Anjos fragmentados de...
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