Você reconhece sua divindade?

Eu estava conversando com o Lu sobre comportamento e como me faltam referências contemporâneas para meu modo de viver. Falamos sobre como ele tem uma rotina bem estruturada e eu transito pelo caos. Essa conversa se estendeu da conversa que tive ontem com a Thais, na qual explanamos a esse respeito também.

Conheço muitas pessoas com rotinas lineares e admiro isso, mas de forma alguma consigo sequer pensar em viver assim. Aliás, rotina é uma palavra que me deixa com os cabelos em pé. Minha psicóloga vem me ajudando ao longo dos anos a ressignificar isso. Prefiro, como ela diz, ritmo. Meu ritmo é como jazz - improvisado, uma manifestação que parte de referências diversas em amálgama e segue incorporando cada vez mais novas notas. Bem a ideia de "canivete suíço" da Rafa Cappai; tem um TED dela sobre isso, acho que de 2016, que foi muito importante para eu me sentir menos E.T., errada. Quando compreendi tudo isso, senti muito alívio e pertencimento. O Lu me questionou (longa conversa) sobre talvez a falta de foco estar relacionada a uma necessidade de me sentir especial. Fiquei pensativa e após um quarto de hora disse a ele que não se trata de uma necessidade, mas de um reconhecimento: me reconheço especial - não em comparação a alguém, portanto não melhor ou pior que ninguém. E é nesse ponto que quero chegar: você reconhece sua divindade? Quero dizer, reconhece seu valor, suas capacidades, seus talentos? Porque eu fiquei matutando aqui e lembrando de alguns pensadores e tal... um dos motivos de tanta miséria - no sentido mais amplo da palavra - no mundo está ligado a essa falta de conexão consigo, falta de reconhecimento de nosso brilho, de nosso potencial uno como seres dotados de raciocínio, escolha, da capacidade de criar... no mais profundo, de amar. Amor-próprio não é filosofia de boteco, nem tema de livro de autoajuda. Não tem a ver com inflar o ego e passar por cima dos outros. Nem tem a ver com o outro. Afinal, é próprio, é esse re-conhecimento que nos permite conectar com nosso centro, firmar um alinhamento e espargir o que trazemos de melhor para o mundo. Ah! E o mundo está tão precisado de que nos amemos...!

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