As pessoas estão cada vez mais comunicativas e cada vez mais solitárias. É possível isso? Ou é impressão minha e só eu me sinto assim? Não importa... Estou aqui ouvindo a Bachiana Brasileira nº 5 de Villa-Lobos. Só violão e cello. De uma sensibilidade que dá sentido a qualquer solidão. Solidão ou TPM? Ou solidão na TPM? Que confusão! Eu poderia deitar e dormir pra esquecer a vida. Minha fuga nº 1. Mas estou aqui, sofrendo com esse cello que lamenta. Villa-Lobos sabia fazer doer. Acho que estou carente. Carente das peças de teatro que via na Roosevelt e na Paulista. Carente do Cine Bombril com os amigos. Das óperas e Balés no Municipal. Dos espetáculos de dança na Olido. Sinto falta de sentar nos degraus da sala Adoniran Barbosa. Do telão em PB na Roberto Santos que emitia sons em francês. Da companhia pra subir a Schaumann depois de um sarau no b_arco. De curtir Bazar Pamplona na Casa do Mancha, da Livraria da Esquina, do som do piano de cauda na Tabacaria. Sinto falta da arte, do marginal, do asfalto úmido na noite abafada de SP. De caminhar entre os prédios cinzas de fuligem falando sobre a vida e a morte, sobre a falta de sorte. Lamentar o preço daquela obra daquele escritor foda que nunca abaixa e dos sebos terem virado espaço cult - o que encareceu muito os livros. Ai ai, que vida...

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