Depois de você nenhuma paixão valeu a pena. A cerveja perdeu o gosto, maio é um mês triste, as tatuagens são cicatrizes. Depois de você eu perdi o prumo, fiquei anjo caído, assim meio torto. A poesia ficou sem coração, porque este ficou com você. O peito às vezes faz um barulho estranho, penso que vou morrer, mas dizem que nessa vida de amor ninguém nunca morreu. Não que eu saiba. Daí penso que se morte não é minha sorte, devo continuar por aí, com o peito oco sem um amor louco que me deixou sem rir. Ando, ando pelo asfalto o andar incauto de quem medo não mais tem. Como o pão que o chifrudo amassa todo dia e quando anoitece minh'alma reclama da fome de você. Eu não sei que é que acontece, que não é atendida nenhuma prece pra eu ficar com você. Acho que Deus fala baixinho que não é meu caminho todo esse fuzuê. Mas eu não ouço. Sei não se porque coração apaixonado é burro e gosta de sofrer. Ou se é porque sofrendo amo mais que quando amei pela primeira vez.
A vida se desenrola em acontecimentos inesperados. Esse é o padrão. Tudo aquilo que pode mudar, irá mudar. Porque vida é movimento, como diz meu pai. A vida é essa oscilação constante, de natureza tortuosa, ora caótica, ora tranquila, caminhos ciclicamente intrincados. A morte é linha reta. O maior desafio da vida é a própria vida: tudo não passa de uma apresentação improvisada, sem ensaio, para se aproximar do equilíbrio - esse delicado ponto abstrato pelo qual vivemos e do qual a manutenção é utopia. Quando se pensa estar confortável, a vida vem turbulenta e nos sacode de modo que tudo que voa para o alto cai em lugares e de formas completamente diferentes. Não mais há tempo para memorizar, o tempo todo tudo muda e tudo é novo de novo. E esse eterno desconhecido é a perfeição que alimenta nossa evolução. As contradições ficam por conta do que aprendemos como bom e ruim. Do que entendemos por sucesso, felicidade... O cansaço faz parte e coexiste com a calma, a irritação e a tranquilid...
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