Sabe, eu não tenho escrito ultimamente. Às vezes escrevo longas histórias ou relatos em minha cabeça ao mesmo tempo em que eles ocorrem, mas não chegam a virar tinta em papel. Minha cabeça anda se adaptando à essa realidade toda, tentando se adaptar. Fazendo o possível para superar o julgamento das pessoas - e o próprio. Ando com as vísceras penduradas para fora e não procuro mais uma forma de escondê-las. Penso que estou tentando admitir minha identidade sem abafar muito as imperfeições, porém não fazendo alarde. Existem muitas idéias em minha cabeça para o amanhã que é agora. Confesso que me falta boa vontade, força, condição para assumir que eu posso passar por cima de todas essas pedras e me sair bem. Também, depois de tantas lapadas da vida, há de se ficar desconfiada... Estou avaliando minhas possibilidades e sei que todas são bem vindas, mas demandam muito trabalho. Acho que essa fase de me recuperar e fortalecer está longa demais. Se levar em consideração a premissa de que cada coisa tem seu tempo, é válido pensar que se deve aguardar. Aguardar? Tipo, ficar de braços cruzados? Ou será que o 'cada coisa tem seu tempo' supõe uma movimentação acima da vontade? Digo acima como quem constata que ficou esperando e o bonde passar e agora tem de ir à pé. Bem, de qualquer forma a escolha é sempre nossa, não? Livre arbítrio. Vou pensar melhor sobre isso.
A vida se desenrola em acontecimentos inesperados. Esse é o padrão. Tudo aquilo que pode mudar, irá mudar. Porque vida é movimento, como diz meu pai. A vida é essa oscilação constante, de natureza tortuosa, ora caótica, ora tranquila, caminhos ciclicamente intrincados. A morte é linha reta. O maior desafio da vida é a própria vida: tudo não passa de uma apresentação improvisada, sem ensaio, para se aproximar do equilíbrio - esse delicado ponto abstrato pelo qual vivemos e do qual a manutenção é utopia. Quando se pensa estar confortável, a vida vem turbulenta e nos sacode de modo que tudo que voa para o alto cai em lugares e de formas completamente diferentes. Não mais há tempo para memorizar, o tempo todo tudo muda e tudo é novo de novo. E esse eterno desconhecido é a perfeição que alimenta nossa evolução. As contradições ficam por conta do que aprendemos como bom e ruim. Do que entendemos por sucesso, felicidade... O cansaço faz parte e coexiste com a calma, a irritação e a tranquilid...
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