Senhor dai-me paciência! Dai-me discernimento, porque senão eu arrebento... Deixa pra lá. Ai que saco! Hoje a Bel, minha cadelinha foi fazer exames pra definir o que ela tinha. Na verdade uma segunda opinião. A primeira opinião definiu que ela tem piometra (câncer de útero) e precisa ser operada com urgência. A segunda disse que ela não tem porra nenhuma. Daí que a operação na primeira custa 500 mangos e eu já gastei 270 só de exames. Mais legal é que este dinheiro era para pagar a faculdade este mês. Ah, mas eu calma, eu mesmo. Fiz uma entrevista segunda e outra hoje. Ia pagar este mês e contar que semana que vem no máximo estou empregada para pagar os meses subseqüentes. Ah-há! Ainda não recebi resposta da entrevista de segunda, e a de hoje foi uma dinâmica com quinhentos negos. Uma vaga. Que beleza! Na mesma hora que a recrutadora anunciou isso começou a tocar Tim Maia na minha cabeça. “Imunização Racional”, sabe? Aquela “Uh, uh, uh, que beleza!”.
Ah, mas tem mais antes disso! O dia começou cedo. Eu tinha que resolver um bando de coisas, como pegar o resultado do hemograma da Bel e levar ela pra operar. Fiz meu pai largar tudo e sair feito um tarado com ela pro veterinário, enquanto eu corria como uma louca pra chegar na entrevista (que mais tarde vim saber ser uma gostosa dinâmica). Ok. Entrei e comecei a preencher meus dados. Tudo que já tem no meu currículo e no meu cadastro, mas ok. Errei e preenchi a parte que é para a empresa preencher. Pedi outra ficha. Errei meu próprio nome. E não ri, porque seu sobrenome não é Bartchewsky, ok??? Faltou o ‘W’. Também, maior nervosismo por causa da Bel. Explico: ela tem quase 14 anos e uma cirurgia é extremamente perigosa.
Eu estava em jejum de tanta preocupação e nervoso e resolvi comprar um pão-de-batata e um gatorade. O catupiry do pão parecia azedo. Mas entre morrer de fome ou de intoxicação, arrisquei a segunda. Já lá dentro, enquanto preenchia, de novo, a bendita ficha senti algo gelado no meio das pernas. A porcaria do gatorade tinha vazado na minha calça e soltei um “ah, que droga” super alto na sala silenciosa onde todos preenchiam suas fichas. Todo mundo olhou e quando me levantei a poça escorreu pelas pernas como xixi. Eba! Eu já nem tava ferrada mesmo... Corri no banheiro e sequei. A calça preta salvou e a mancha de molhado não aparecia. Os momentos seguintes não foram melhores, já que meu pai resolveu ligar mais de dez vezes no meu celular. Entrei em pânico. Ele sabia que eu estava em entrevista. Então era urgente. Saí da sala e tentei retornar. Nada. Tremedeira. Mais pânico. A dinâmica durou três hora e meia e eu me senti uma babaca, como em qualquer dinâmica. Aff. Fui pra casa e no caminho comprei dois temakis pra me consolar. Quando cheguei na santa paz do lar sentei para me deliciar. Aparece meu pai. Tadinho, cansado de correr com a Bel o dia todo e cheio de problemas. Ofereci temaki na esperança de ele comer peixe cru sem saber e gostar. Bah! Ele não só gostou, como deu mais uma bocada que arrancou metade do temaki e, com isso, boa parte do recheio. Lá se foi meu temaki. Mal, mal um pouquinho de arroz e alga foi o que restou. Tudo bem, o dia já estava uma porcaria mesmo... Dei um abraço nele e agradeci o que fez por mim hoje. Foi minha salvação. Te amo pai!

Comentários

esqueci de observar que eu uso trema sim!
Thaís disse…
Quem dera todos os dias da vida fossem bons...

Gostei bastante do seu blog.
Comentei em um post, e então percebi que era antigo:

http://vidde-bula.blogspot.com/2010/02/count-those-raindrops.html

Bjs!

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