Tudo é incerto e provavelmente nebuloso o tempo todo. Mas as pessoas não enxergam. Que ironia! Talvez ninguém perceba o quão confuso é o tempo - o tempo todo - por falta de tempo. E mesmo que alguém possa abrir a boca muda e arregalar-lhe os olhos para a verdade esta lhe parecerá imunda. Não há meios de interceder na loucura diária alheia. Vive-se, então, com os sentidos omissos, com a cara pintada e omissa. Hoje passo mais tempo em casa, trancada no quarto ou na espera ansiosa de que a casa se aquiete para que eu possa reviver. Dessa forma não preciso acomodar meu rosto numa máscara cotidiana. Se eu sou mais feliz assim? Não há como ser mais feliz assim ou assado. Só existem maneiras de viver. Você escolhe esta ou aquela e decide com qual fica melhor. Mas não mais feliz. São propósitos diferentes que levam ao mesmo ponto. A rotina de viver e viver para morrer. Tentar ser melhor parece uma utopia nos dias de hoje. Quem sabe em mil anos haja outra forma de ser mais feliz. No mais, continuo com a pedra polida do dia-a-dia que se esfarela com o sino do tempo.

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