Feche meus ouvidos para o que não me serve. Para o que não faz bem pra alma. Tampe minha boca, para que eu não grite impropérios. Eleve meu espírito ao objetivo supremo. Cante a canção que Nina, dance os cabelos em cima de meus olhos cansados. Perfume o ar que minhas narinas respiram. Mate as dores que se espalham como hera a me sufocar. Traga-me a PAZ. Dê-me a paz que eu tanto preciso. Diga! Morro logo? Quando Deus quiser...Mesmo que enfrente face-a-face a Morte pegajosa, jocosa. Mesmo que Suas mãos frias estrangulem minha garganta toda santa manhã. Ainda que acaricie minha fronte ao embalar no sono. Em meu quarto um floral como medicina, um cheirinho de alecrim, pra espantar o mau agouro que vem quando a tristeza me visita. Umas letras soltas por aí...
A arte de colher pedras preciosas
Às vezes precisamos de pessoas assim, que nos façam sentir a frescura do ar e o perfume das flores. De meninas tão leves e doces que venham com pedrinhas nas mãos - dizendo ser preciosas. De um chocalho, umas penas, alegrias e tendas. De colares, colores, olhares, manjares. Eu vi a luz hoje e me encantei como antes. Eu vi o azul da saia e a vida em avenidas e esquinas. Eu vi hoje a placa na rua que dizia "precisa-se de felicidade". E eu não escolhi o caminho da saudade. Nos pés, os chinelos batidos com pedrinhas brilhantes. Na bolsa, toda esperança querendo saltar pelas bordas. Eu vi o verde e meus olhos sentiram a falta da mãe. Do sal d'água que fica na pele e do sol queimando os cabelos na praia aberta. Sinto falta da saia rodada e dos panos enrolados no corpo. Sinto falta d'água na pele e o refresco d'alma. Veio o verão e já era tarde o pó de gelo abandonou os vidros da janela do quarto. Quero meu copo de gelo, com limão por favor.
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