Mantenho o rosto voltado para o lado, para o cinza do muro. Falta coragem para encarar o restante da jornada. Fico tensa ao sentir qualquer presença discreta que abala meu mundo durante o sofrer. Desaba uma lágrima roliça e se estira pelo branco do rosto.
Quando foi que se perdeu? Onde foi que me deixou? Para onde partiu a minha boa emoção?
Um mar revolto salga o peito. Ventos cortam os lábios trêmulos e algo mais molesta a mente cansada. Talvez fosse perecível e preferi não acreditar. Ou quem sabe eu houvesse estragado tudo, para variar. Mas eu prometo, dessa vez não há o que rememorar. Não há o que apagar.
De-sa-ba-fo
Eu tenho uma condição de saúde rara parcialmente identificada que me causa incontáveis problemas de saúde. O fato de eu estar bem, sorrindo alegre e confiante em um dia e em outro péssima, ausente, irritada e deprimida, é um reflexo disso. Essa mudança é brusca para quem vê de fora, para mim é normal. Sempre ouvi: "Nossa, você está sempre doente." "Seu humor muda do nada, o que acontece?" "Você precisa se controlar/ deixar de ser assim/ ter mais fé/ se cuidar/ reclamar menos, não ficar falando sobre essas coisas negativas etc. etc." Eu fiz muita terapia para chegar aqui nessa mensagem e dizer tudo isso. Eu agradeço a quem se preocupa e me contata perguntando como estou, se melhorei, me deseja melhoras. Mas, o fato, é que eu não tenho perspectiva de melhora e confesso que me angustia não ter uma resposta simples ou positiva para dar. E eu cansei de tentar disfarçar meu mal estar, como se nada estivesse acontecendo. Porque cada vez que me perguntam co
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