O Lobo continua uivando de cima da colina. Meu medo se encolhe num abraço apertado e faceiro. Eu tenho medo. Meu corpo tirita e eu reluto, mas ele sabe, ele sente. Não consigo conter a mente sã. Digo e desdigo, contradigo. Quero, não posso. Sinto muito. A solidão me puxa pelos pés novamente e num mundo tão populoso me sinto um grão de areia perdido ao vento. Revolvo meus sentimentos como quem revolve a terra. A semente está lá, mas não se sabe o que vai dar. Novamente a solidão sussurra em meu ouvido e o medo que sinto é fatal. Não consigo deter as lágrimas e os pés trocam passos incertos às voltas com minha sombra. Talvez eu te ame de algum modo que jamais amarei outra pessoa. Não, não por ser o maior amor, mas por ser um grande amor. Dos melhores e mais saudosos. Por ter me feito tanto bem. Mas de que adianta acabar em sofrimento?



Subo. Lá do alto vejo o campo verde e quero me jogar naquela grama. Quero me permitir ser feliz ao menos uma vez (eternamente). Eu devia ter aceitado? Devia? Acho que fiz o melhor. Mas por que o melhor tem que doer tanto? Ninguém disse que ia ser fácil... Mas eu imploro! Eu imploro, me tira daqui! Que merda eu fazendo aqui? É tudo tão vazio e desesperador e eu queria correr e fugir, fugir, fugir... Meu anjo caiu num poço e a asa molhada não permite voar mais.

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