Im-pas-se. Sempre me colocam no meio fio. Ou eu me coloco? Não quero pensar nisso. Se me tocassem nos momentos difíceis, saberiam que estou morta. Se verificassem meus sinais vitais, quando do comportamento atônito, o olhar profundo e distante, saberiam que estou morta. A carne trêmula, alva, posta num vestido vermelho. As faces cheias de incertezas e inquietações, que só alguém muito astuto poderia perceber a ausência na vontade de viver. A tristeza. A irritabilidade por ter que suportar mais um dia entre tantos outros banais e idiotas. Pudera eu chegar lá com um frêmito de vida na ponta dos lábio e soprar as mesmas palavras de Beckett: "Antigamente eu não sabia aonde estava indo, mas eu sabia que ia conseguir, sabia que ia haver um fim na longa estrada cega. Quantas meias-verdades, meu Deus". Eu queria chegar, quero, apesar de tudo e sentir que pelo menos cumpri o mínimo do proposto - suportar o insuportável. No mais, tudo está igual.

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