Se você pudesse promover o Apocalipse, faria agora? Teria coragem? A partir de hoje, esqueça a palavra tolerar. Não há mais nada que possa barrar meus sentimentos. Eu sou livre. Ajo da maneira que me apraz. Tenho meus motivos. E se não lhe agrada, atravesse a rua e não acene. Pra mim é indiferente. Só não tente me afrontar, você pode se danar. Isso não é um aviso, tampouco uma ameaça. É um fato. Nem pense em me julgar. Minha medida é extrema. Sua inteligência não suporta minh'alma vanguardista. As palavras são poucas e ralas, porém, suficientemente conclusivas. E tem mais, "você" é quaquer um que me lê.
A arte de colher pedras preciosas
Às vezes precisamos de pessoas assim, que nos façam sentir a frescura do ar e o perfume das flores. De meninas tão leves e doces que venham com pedrinhas nas mãos - dizendo ser preciosas. De um chocalho, umas penas, alegrias e tendas. De colares, colores, olhares, manjares. Eu vi a luz hoje e me encantei como antes. Eu vi o azul da saia e a vida em avenidas e esquinas. Eu vi hoje a placa na rua que dizia "precisa-se de felicidade". E eu não escolhi o caminho da saudade. Nos pés, os chinelos batidos com pedrinhas brilhantes. Na bolsa, toda esperança querendo saltar pelas bordas. Eu vi o verde e meus olhos sentiram a falta da mãe. Do sal d'água que fica na pele e do sol queimando os cabelos na praia aberta. Sinto falta da saia rodada e dos panos enrolados no corpo. Sinto falta d'água na pele e o refresco d'alma. Veio o verão e já era tarde o pó de gelo abandonou os vidros da janela do quarto. Quero meu copo de gelo, com limão por favor.
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