Tanta coisa acontece sem que consigamos compreender. Tantas pessoas respirando o mesmo ar que nós e não fazemos a mínima idéia do que elas estão passando. As máscaras são variadas e desempenham bem seus papéis. Hoje me deparei com um fórum de discussão sobre uma tal de "maldição dos Smiths", as pessoas dizem ter desandado suas vidas amorosas após começarem a ouvir a banda. Não entrarei no mérito de que seja verdade, mentira, loucura ou o que quer que seja. Mas confesso que Smiths é bem deprê, completamente melancólico e que ouvir parece trazer um bálsamo à alma em sofrimento. Eis que fui ver a tradução de uma de minhas músicas preferidas e extremamente triste que ouvia nos momentos de completa desilusão. Ela descreve. Ele canta tudo aquilo nela. Aquele começo macabro e as vozes como numa guerra... Estava ouvindo a canção quando acessei o site da Cláudia Marczak, uma poetisa com a qual me identifico como nenhum outro poeta. Aí está a poesia que li enquanto ouvia "Last Night I Dreamt That Somebody Loved Me":


Sofro o que quero sofrer,
o que preciso sofrer.
Não é tão ruim,
nem tão pouco bom.
É o que é preciso,
o que eu preciso
A dor mora em meu peito desde quando
eu consigo lembrar de mim.
É a única coisa que possuo
e não faço questão de ter.
Túnel negro, absurdamente escuro,
com uma luz pálida tão longe
que não sei se terei forças para alcançar.
Ah ! Como eu gostaria de poder voltar a acreditar!
Crer que o amor não é só mais uma palavra,
é uma força que vem de dentro,
salta aos olhos e ilumina o caminho,
brota na pele como gotas de orvalho.
Não tenho este poder.
Só creio agora
na firmeza do chão,
na frieza da noite,
na solidão.

.......................................................................................
Last Night I Dreamt That Somebody Loved Me
The Smiths

Last night I dreamt

That somebody loved me
No hope, no harm
Just another false alarm
Last night I felt
Warm arms around me
No hope, no harm
Just another false alarm
So, tell me how long
Before the last one?
And tell me how long
Before the right one?
The story is old - I know
But it goes on
The story is old - I know
But it goes on




O fio fino da dor se faz sentir na voz embargada de Mozz. Essa dor que vive colada a mim como uma sombra. É difícil não se apaixonar por ela, tão sedutora e tão companheira... Costumeira.

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