Às vezes nos surpreendemos com algumas descobertas...Ou nos decepcionamos com outras. O fato é que é extremamente doloroso pensar em ocorrências que podem ter infinitas respostas, e que no final, não chegamos a conclusão nenhuma a não ser a inutilidade de tal tempo disperso. Por mais que trabalhe minha mente no sentido de que devo me ocupar com os objetivos que realmente interessam, percebo-me traída pelo maquinário da cabeça. A estupidez humana é tal, que me pego agindo como se fosse divina e pudesse remover certas estacas fincadas em meu peito por meio de um simples desejo impetuoso e tão desgraçado... É triste a trilha dos seres possuidores do livre arbítrio. Este, os fazem escrever suas dores numa sala escura, onde mal as teclas podem ser distinguidas. Os sofrimentos ainda encontram descanso numa tela plana, aos olhos de quem quer que seja. Esvaem-se pelos dedos ávidos de quem quer se livrar de um freio no silêncio oportuno e derramar seu único bálsamo: escrever. Rilke incita-nos com a questão: "morreria, se lhe fosse vedado escrever?". Esse deve ser o único e verdadeiro motivo a nos guiar, a vitalidade que há em deixar fluir as palavras. Pois eu sei pouco do que seriam minhas noites com a cabeça afundada no travesseiro, se não fosse por um parco pedaço de papel. Quiça um dia possa eu viver por meu próprio combustível. Por minhas próprias cinzas - ou por sorrisos presos no canto da boca. Que chegue logo esse dia. Que aplaque essa escuridão, tão obstinada em ofuscar o brilho dos meus olhos. Pois a tristeza e a solidão não cabem mais guardadas debaixo de minha saia. E eu não sei mais onde enfiá-las.

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