Em determinados momentos fico desfiando meus pensamentos e os deixo cair pelo chão das ruas e pelos cantos da casa. De que me serve tanto pensar se o martírio só aumenta pelas constatações tão dolorosas e verdadeiras? Verdadeiras? Quem diz? Qual é a medida das coisas?

Eu odeio quando ela me compra coisas inúteis , quando o que eu queria era estar entre seus braços com a cabeça afundada em seu peito. Eu odeio quando os outros têm a mesma atitude materialista. Eu não quero me transformar numa dependente viciada em um dinheiro que compra o que eu não quero. Os números que não me servem. O manequim errado.

Mas eu acredito. Eu acredito que milagres acontecem. E eu descobri que aquela liberdade sonhada dos tempos idos não passou de farsa comprada em barras de chocolate que derreteram no verão de mil novecentos e algum ano. Que somos sempre reféns de algum sentimento, pessoa ou situação. Que liberdade pura é utopia e eu comprei mentiras dutante quase meia vida.

Mas não! Eu não vou abrir mão de alguns poucos tesouros que não se foram com os anos. Não vou me deixar ser moldada segundo os conceitos bizarros que vocês criaram. E eu pergunto: o que é normal? Para mim não é para você. Qual é a medida?

Amor se compra com amor e se vende por amor. Não quero aquele presente. Quero ser olhada nos olhos e receber um beijo. Talvez alguma palavra, se verdadeira e necessária. E é só.

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