Em algum momento me perdi em ruas, postes, asfaltos...num mundo insano de trabalho, estudo e cobranças mil. Não há tréguas, nem conforto. Só a sensação de vazio no fim do dia. Às vezes parece que vou virar o rosto para cima e vomitar tudo: letras, contratos, desilusões, problemas que não são meus...meu mundo perdeu o chão e vivo a flutuar. Antes fosse por amor, que por alucinação ou desespero. Tantas coisas ao redor, que fico tonta. Tanta informação, burocracia, tempo para realizar, tempo para viver...quantas vezes vou passar por isso até o fim? A insuportável solidão que não me deixa, mesmo rodeada de amigos, pessoas amadas...a incerteza do amanhã, do que virá...melancolia de inverno! É sempre assim, cada estação me carrega para um martírio diferente, seja o da felicidade extrema, seja da nostalgia gris. A vida se desenrola tensa, densa em sua opacidade. Não há nada que eu possa fazer para acelerar seu fim. Não há meios, nem armas, ou balas de goma que removam esse entrave. Tem dia que desejo viver numa bolha: onde não ouço, não tenho contato com ninguém. Levanto logo pela manhã, e no fim do dia essa sensação de peso, de inacabado, permanece. E quem me anima? Boa. Não há resposta para essa pergunta. A exaustão se vai num arquejo...momentaneamente, para logo retornar, como um fardo em meu peito. Meu olhar não atinge mais os pontos longínquos...não parece haver mais sonho...ou motivos... A real, é que isto é uma fase na qual meus pés parecem não tocar o chão. De braços abertos, me lanço ao gélido lago das paixões e incertezas. Pois minha vida é movida pela emoção...pelo desafio...e não há quem me pare, quando meu corpo e meu coração fluem na mesma direção; com o mesmo fervor latente.

Haverá o dia em que a vida implodirá. Sua casca irá se romper e de dentro surgirá um ser metamorfoseado...

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